Folha - A Procuradoria-Geral da República diz ter reunido
provas de que o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu R$
52 milhões em propina na Suíça e em Israel da
Carioca Engenharia.
Dois sócios da Carioca relataram o pagamento a
Cunha em acordo de delação premiada que fecharam
com a Procuradoria.
O caso foi revelado pela revista "Época" e confirmado pela Folha.
O pagamento foi dividido em 36 prestações, de acordo com os delatores
Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, os donos da empresa.
O suborno foi pago, segundo eles, para que a empresa recebesse R$ 3,5
bilhões do FGTS-FI, o fundo de investimento que usa recursos do Fundo de
Garantia.
Um aliado de Cunha, Fábio Cleto, cuidava do FGTS e de loterias na Caixa
Econômica Federal. Demitido pela presidente Dilma Rousseff na última
quinta (10), ele era vice-presidente de Fundos de Governo e de Loterias da
Caixa.
Foi o próprio Cunha que acertou e cobrou a propina, sem o uso de
intermediários, ainda segundo os donos da Carioca Engenharia.
A empreiteira participa da revitalização da zona portuária do Rio, num
projeto chamado Porto Maravilha, junto com a OAS.