Uma comissão composta pelos vereadores Mundin e Toninho Abreu e os representantes da Igreja Católica de Vargem Grande, liderada pelo Padre
Cordeiro e intermediada pelo superintendente de Articulação Política do Governo
do Estado Wellington Leite, foi recebida na tarde desta quinta-feira (14) pelo vice-governador
do Maranhão Carlos Brandão, em audiência no Palácio Henrique de La Roque.
Padre Cordeiro fala sobre as origens do festejo |
Carlos Brandão, se prontificou a
encaminha as reivindicações para o Governador Flávio Dino e a respectivas secretarias
que possam estar envolvidas no apoio a festejo: “sou um eterno amantes dos
vaqueiros, e São Raimundo Nonato dos Mulundus foi também um vaqueiro, e é por
isso que faremos todo o esforço para colaborar com esta festa que já está entre
as maiores do país”, destacou o vice-governador.
Para o padre Cordeiro, a reunião
foi um momento inédito e vai marcar a festa este ano: É com grande alegria que
viemos aqui e poder ouvir do próprio vice-governador, que seremos ajudados pelo
Governo do Estado, afinal, São Raimundo de Mulundus não é só de Vargem Grande,
mas de todo o Maranhão e do Brasil”, disse.
Para o superintendente de Articulação Política Wellington Leite, a vinda desta comissão, foi justamente para trazer os pleitos e reivindicações da comunidade católica de Vargem grande, para o Governo do Estado apoie a festa de São Raimundo, e que assim possa também contribuir para que esta devoção possa crescer ainda mais, levando o nome do Maranhão a todo o Brasil e fora dele, afinal, romeiros de outros países também passam pela cidade durante o período do festejo.
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Wellington Leite apresenta as reivindicações ao vice-governador |
Segundo a PRF e PMMA, somente em 2014, mais de 400 mil romeiros passaram por Vargem Grande durante o festejo de São Raimundo Nonato dos Mulundus.
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Multidão caminha ao lado da imagem de São Raimundo Nonato dos Mulundus na BR 222 |
Conheça a história do festejo
No inicio do século XIX, uma
comunidade negra estabelecida no município de Vargem Grande na localidade de
nome Mulundus a 20 Km da sede municipal, deu origem a uma manifestação popular
em torno de um acontecimento que permanece vivo até os nossos tempos.
Um homem do campo de nome
Raimundo Nonato, vaqueiro e trabalhador de boa conduta, morador daquela
localidade acidentou-se junto a uma carnaubeira quando perseguia uma rês, vindo
a falecer por conta de um traumatismo no pescoço, causando a todos motivos de muita
comoção e tristeza. A lembrança daquele homem ficou gravada na memória de todos
os moradores de Mulundus levando a comunidade a celebrar a imagem do vaqueiro
ao lado da “carnaubeira” onde ocorrera o acidente. Contam os historiadores que
a crença popular cresceu tanto naquela região que toda a carnaubeira foi
destruída por crentes que levavam pedaços para serem usados como produto
medicinal.
Por ter despertado junto à Igreja
algumas semelhanças entre o comportamento em vida do saudoso Raimundo e a vida
de São Raimundo Nonato, bispo da ordem dos Mercedários, foi trazido da Europa
uma imagem do Santo que é venerada até hoje. Essa imagem foi doada por um
proprietário de terras daquela localidade, pelo fato do mesmo sentir-se parte
da Comunidade de Mulundus. O mesmo proprietário com apoio da Paróquia e de toda
a Comunidade, construiu uma Igreja em alvenaria rústica que perdurou por mais
de meio século e que depois que caiu em ruínas. Surgiu então São Raimundo dos
Mulundus, cognome criado por conta do povoado de mesmo nome no interior
vargengrandense.
Com o apoio dos proprietários da
região, das vizinhanças e das cidades mais próximas, cada ano essa manifestação
crescia mais, até que a Paróquia reconheceu o movimento e deu apoio àquela
manifestação. Estava criado “O Festejo de são Raimundo de Mulundus”.
Até inicio da década de 1950, o
povo em romaria se deslocava com o apoio da Paróquia de Vargem Grande, durante
um dia e meio com destino a Mulundus. A pés ou montarias, em estradas
carroçáveis de difícil acesso, se alojando em barracas rudes de palhas e chão
batido, ficavam famílias inteiras durante o novenário que acontecia de 22 a 31
de agosto. Apos o encerramento a romaria retornava à sede municipal enfrentando
as mesmas dificuldades da viajem de ida.
Preocupada com a falta de
infra-estruturas da localidade e com o grande crescimento que se projetava nos
festejos, a Arquidiocese de São Luís do Maranhão tentou adquirir a propriedade
onde se realizava a festa, na intenção de melhorar as infra-estruturas e acolher
os romeiros e demais freqüentadores.
Não obtendo êxito nas
negociações, a igreja optou transferir os festejos de são Raimundo para Vargem
Grande para poder sediar com melhores condições uma manifestação daquela
envergadura. Hoje em dia a cada ano de 22 a 31 de outubro a imagem de são
Raimundo volta a Mulundus.
Os romeiros de todo o Maranhão e
de tantos outros estados do Brasil cada ano, no dia 22 de agosto fazem romaria
de Vargem Grande à Paulica, às margens da BR-222 a 8 km da sede municipal e nos
dias da novena até o dia da Festa 31 de agosto, Vargem Grande recebe a multidão
de romeiros e turistas que vivem sua Fé e devoção até a participação na
grandiosa procissão de “São Raimundo Nonato de Mulundus”, mantendo com isso as
tradições e costumes do povo fiel.